16 dezembro 2006

Lua...

Lua faceira atravessa travessa pelo céu por entre estrelas que se escondem no espaço infinito iluminado pelo brilho suave dos olhos que observam da janela aberta antes de adormecer esperando o sol nascer...



Mahare - 01/06/05

30 novembro 2006

Se sente realmente capaz?Então vem...

Meu Paraíso acolhe seu Inferno,
Meu Inferno se funde ao seu Paraíso.
Lado a lado no leito nefasto.
Sou forte, agora.
Sou insana, sou seu par, sua igual.
Seus demônios irei despertar
exorcizá-los vou,
aprisioná-los numa caixa que só eu tenho a chave.
Traga o vinho, seu sangue que me alimenta.
Celebrarei a comunhão utópica .
Vamos juntos conjurar a Luxuria...
A Ira...A gula...Todos os Pecados.
Quero a inocência, quero a perdição.
Quero o tinto alimento...sua alma perdida.
Direi o que desejo bem baixinho,
depois de saciar minha sede feroz.
Quero refugio, quando amanhece e a claridade ofusca.
Repousar nas trevas, acalentada por seu ultimo suspiro...
Meu, ultimo ofegante instante.
Dramas, provocações, alucinações, tudo...


Mahare 03/07/2006

08 novembro 2006

O fim...


Nem uma brisa sequer,
O dia acabou assim de repente.
Nuvens negras escurecem a cidade,
Iluminada apenas por relâmpagos.
Ecoando pelas ruas desertas,
O único som é o dos trovões!
O céu parece desabar.
A ferocidade com que a chuva cai
Prenuncia a tragédia
Caos, terror, abandono!
Noite no meio da tarde.
As pessoas espiam pela fresta da janela,
O medo do que esta por vir,
Nem afiada lamina conseguiria cortar tão tensão.
Músculos retesados, olhos vítreos.
A escuridão vai aumentando,
Tomando forma; esta em todo lugar
Agonia apertada pelo pavor.
Ele chegou e não há por onde escapar...





Mahare - 06/09/05

31 outubro 2006

Dia 31

Hoje é a noite em que eles caminham conosco.
Vampiros, zumbis, mortos, fantasmas,
Lobisomens, bruxas
Todos os que não desejamos.
Ninguém os percebe, hoje eles podem.
Estão aqui ao nosso lado, seres obscuros,
Ogros, duendes, gnomos,
Sacy, Curupira, Mula sem Cabeça, Cuca ,
Boitatá, Caipora, Bicho Papão, Iara a Mãe-dÁgua...
Assombrando aqueles que um dia os provocaram.
Hoje é véspera do Dia de Todos os Santos.
Oxum, Ogum, Oxalá, Yemanjá, Exu,
Xangô, Oxossy, Nanã, Obaluayê,
Eparrei Yansã!!!
Mistura de culturas.
Lilith, sucubus, hannyas,
Stregas, bruxas, feiticeiras, magas,
Leviatã, Samael, Ashmodai, Lucifer,
Satã, Diabo, Demônio, Belzebu
Todos eles... Impuros, incorpóreos,
Insanos, anjos negros.
Hoje a noite é deles.
Dragões voam livres
Com suas línguas de serpente cuspindo labaredas nos inocentes.
Esta é a noite em que Deuses descem a Terra.
Júpiter, Ares, Odin, Amon, Osiris,
Metraton, Chronos, Shiva, Thor,
Bel, Cernunnos, Hefesto.
É noite de fogueira,
Sacrifícios serão ofertados.
Hoje estão presentes Myrddin, Marduc, Baal,
Morrigu, Hecate... e outros mais.
Hoje profecias se realizam,
feitiços, encantamentos e maldições
São lançados.
Todos os pecados deixam de ser.
Hoje te evoco com maior força,
Eu ordeno.
Maléfico, infernal.
Hoje anjos e demônios travam combates
Por almas incautas da humanidade.
Hoje o pentagrama gira solto sem direção
Às ordens de quem mandar.
Hoje sou Morte, sou Vida
O Negro Abismo e a Luz Eterna.
Hoje é Sabá...
Véspera de Samhaim.
Blessed be.




Mahare - 31/10/05

24 outubro 2006

Porcelana Trincada


Imensa na sua solidão
Escora no escuro de uma paixão
Revolta da incompreensão , insólita razão
Capricho do momento reduz ... interioriza sua ira
Despedaça seu coração
Tortuosas vielas uma comoção sem emoção
Infla o peito, inflamado o discurso
Reflexões ,tons ,movimentos, sons , murmúrios
Velocidade arrebatadora no movimento continuo
Salga o mar de lençóis
Tranca-se na dor de sua solidão


Mahare - 03/2005

17 outubro 2006

Sereia Seduzida


O farol sinalizando seu destino
Homem do mar...encapelado oceano
Em meio a neblina, ancora a embarcação
Para perder-se
nos encantos entoados em ouvidos desavisados
Feiticeira marinha, inocente em seu poder
sem notar , nem mesmo querer
Longas mechas de seus cabelos
envolvem e abraçam seu corpo...
Pirata selvagem, com palavras inverte
Não mais a pesca, agora pescador
Sereia seduzida
ungida por deuses,
Observa desolada ele partir
em direção da luz
Para sua rota encontrar ,
e ao seu lugar ,em terra, enfim chegar
Levando embora seu coração...


Mahare- 04/05/05


13 outubro 2006

Lascívia

Conquistando seu espaço , furta-se de decência
... Decadente...
Escala os degraus do seu inferno
Rumo ao seu encontro...Demônio
Felina...
Ferina...
Ferida...
Omite do mundo todo seu sacrifício
Vil tentação
Vampiro indecente
Lambe o sangue que escorre pelo seu pescoço
Quer sua presa ensandecida, implorando
com o coração acelerado, disparado, alucinada
Desnuda sua alma,
seu corpo,
entrega-se sem pudor
Ele nem assim se contenta
deseja , ordena, sua total servidão
mudar sua identidade
incorporando-a a sua legião.



Mahare- 04/05/05

09 outubro 2006

Feridas abertas

Crianças na noite escura
Choram dentro de nós
Medo do que canta o encanto
No confronto do som
O tom carrega o adulto
Horrores passados, vívidos na mente
Atormentada
Balões flutuam... estouram...
Pobre tormento


Mahare 06/1993

07 outubro 2006

Quase um haikai

Sob o negro véu
Esconde teu rosto
No complexo mato de teus olhos enfurecidos
Tão enegrecidos...

Mahare - 06/1993

03 outubro 2006

Insanidade

Vozes retumbando a sua volta
A mente confusa não reconhece as palavras
Debatendo-se na fina linha que separa sua razão
Assustado, desconfia de seus pensamentos
Seqüela dos versos, que entram pelo seus ouvidos sem escrúpulos
Preenchendo seu cérebro racional
Seus medos afloram
Fechando portas, janelas, ficando sem ter por onde escapar
Preso...enjaulado
Enlouquecendo com as miragens...tão reais
Torturado o carrasco chora
Sem suportar as amarguras de suas memórias
As vozes acusam, afirmando sua culpa
Privando-o da absolvição...

Mahare - 01/05/05

28 setembro 2006

Meus Caminhos

Ruas largas por onde passo
Me levam a nenhum lugar
Não sei para onde seguir
Me perco nas avenidas
Transito letal
Imensas faixas sem garantias
Ruas sem saídas
Barreiras que terei que transpor
Quem sabe conseguirei chegar ao lugar que nem sei existir?
Ruas estreitas por onde caminho
Sem rumo
A nada cheguei por elas
Vielas...
Labirintos...
Esconderijos...
Pedestres sem face
Ignoram meu pedido de socorro
Ruas largas...sem saída...estreitas...
Onde estará a porta escondida?
Encontrarei ela alem do jardim abandonado cheio de ervas daninhas?
Nas ruas escuras choro sozinha
Nas ruas, desamparada eu imploro
Pelas ruas eu sigo descalça...


Mahare - 14/07/05


27 setembro 2006

Dragões Cegos

Menina inocente.
Menino ingênuo.
Deliciosamente perverso, esse relacionamento ilícito
Provoca inveja, solta faíscas.
Peles alvas na noite escura, sinalizam intensa paixão.
Perversamente sexy, sem o pudor do véu para lhe cobrir
Se oferece obscuro.
Serpente enfraquecida, sucumbe no oásis diáfano da embriagues.
Ilicitamente provocante, os amantes se devoram
Se entregam ao ópio da volúpia.
Ela Sucubus...
Ele Vampiro...
Tão profanos, puramente sagrados!

Mahare - 15/03/2006

25 setembro 2006

Versos

Um beijo cala-te teus temores
Em teus longos cabelos escorrem
Todos aqueles horrores
Uma caricia , teus desejos
No teu seio ecoa a dor
Explosão ...levou-te longe
Harmônicas curvas
Guarda tuas lembranças
Navalhando sentimentos


Mahare - 07/1993

19 setembro 2006

Solidão

Somente a chama de uma vela ilumina sua morada final
Na sombra da noite implora por sua presença
Muros cercam as arvores que se erguem pelo pátio
Formando labirintos intransponíveis
Difícil acesso ao seu recanto tétrico
O céu sem luar , um manto, cobrindo seu corpo
Deitada na relva, espera inutilmente
Solitária, tem ao seu lado só utópica ilusão
Sua alma perdida clama por toda eternidade à elevação
Antigas profecias devastando impérios esquecidos
Privações impostas...
...impetradas pelo algoz, no cárcere de seu descanso.

Mahare - 28/04/05

18 setembro 2006

Vendas

Nas trevas sombrias
O fascínio de teu olhar violeta...
Incandescência violência
Mórbido desejo fomenta indagações
Com a certeza da razão
Iludido pela miragem
Esgota sua essência
O sacrifício de sua vida foi em vão...


Mahare 08/93

16 setembro 2006

Doce entrega

Aos cuidados de Morfeu
Abandona-se na entrega
Num segundo atravessa continentes
Livrando-se dos grilhões da consciência
Abrigada pela caverna, esconde sua insegurança
Deixando-se levar por trilhas desconhecidas
Confiando ao guia seus passos...sua vida...sua morte.
Tênue linha separando sua alma da matéria
Claustrofóbica treva, revestindo as paredes
Só o verde dos olhos iluminando
Espada flamejante guardando a entrada
Na espera do convite para entrar
Anjo negro que confunde
Controlando a distancia a velocidade da corrente sanguínea
Elevando o nível da adrenalina
Justificando as convulsões
No reino onírico dos sonhos
Ninguém vigiando, somente eles dois
Ela e seu guia...carrasco, perverso ,sedutor.


Mahare 04/2005

12 setembro 2006

Panico

Tenho medo das palavras
medo de ser mal interpretada
Tenho medo da censura velada dos seus olhos
que me castigam pelo que não compreende
Tenho medo de ficar só
medo da solidão em plena multidão
que me engole sem piedade
Tenho medo de gostar de você
que me seduz, para então me abandonar
Tenho medo do escuro
que me envolve nas sombras sufocando meu grito
Tenho medo da luz
que abraça meus sentidos ofuscando o raciocínio
Tenho medo da dor
dor que me corroí as entranhas quando você vai embora
Tenho medo do tempo
implacável, não para, não me deixa descansar
Tenho medo de não ter voz
ter que me calar para não perder a dignidade
Medo da emoção
que tira de mim a dimensão dos sentidos
Tenho medo da chuva
água que lava a alma, purificando...livrando-a dos pecados
Tenho medo de pecar
e não encontrar absolvição
Tenho medo do meu teto
frágil...quebra como cristal, me deixando sem morada
Tenho medo de perder o fôlego
de ficar sem ar e não conseguir respirar
Medo da imobilidade das pedras
obstáculos no meu caminho
Tenho medo da agulha que me perfura a carne injetando a inconsciência...medo do que possa revelar
Tenho medo de me perder
de não encontrar o rumo que me salvara dos atos inconsequentes
Tenho medo de me encontrar
e não me reconhecer...só achar você
Medo de não mais existir
tenho medo da morte onde não terei mais palavras para temer
Tenho medo de ter medo
de não ter coragem de enfrentar os desafios da vida tão sofrida
Tenho medo da vitoria
medo de que ela não tenha o sabor prometido enquanto não conquistada
Tenho medo do lago
que circunda minha fortaleza
tão profundo abismo que impede aproximações
Tenho medo de tentar e não conseguir
Tenho medo de voar
medo de deixar a mente solta livre de conceitos pré concebidos
Medo de me entregar aos sonhos...
ilusões que me levam longe do mundo que não me quer.


Mahare - 02/06/05

07 setembro 2006

Sou...

Sou feliz, ao nascer do sol tenho meu sorriso iluminado
As nove choro pela cena do comercial...inconsolável
Logo em seguida sou fúria
Ira sem motivos
Agora sou toda amor, envolvo em meus braços o mundo desprotegido
Sou lunar
A menina, a filha,
Mãe, mulher,
Sou deusa, sou feiticeira, lâmia...ardente noturna
Tão volúvel te odeio te quero
O fel, o mel, o cálice
Ronronando entre lençóis, movendo-me graciosamente
Todos meus humores não te assustam
Minha lua negra só você conhece
Esculpida em gelo, derreterei ao seu toque
Que drama
Sou terra
Sou fogo
Ar
Água
Cria de Lilith
A tempestade numa tarde abafada
Enebriada com seu cheiro sou pecadora
Você é tentação
Decotes que escondem tão suaves contornos
Não existe amanhã, nem ontem...
...tudo é hoje eterno
Membros me envolvem com olhos verdes, negros, azuis, castanhos
Sou toda poesia descortinando os véus que cobrem pudores
Sou toda mulher, tão menina...obscena
Sou pura, inocente de qualquer crime
Não conheço malícia
O sabor de teus lábios que ainda não provei
Sou a maçã, tão doce fruto que te alimentará
Quem tem fome sou eu
A dor, a cura, sou a insônia, o acalanto
Sacerdotisa sou sábia, ninfa sou fútil
Sou infantil, a pirralha mal comportada
Tão obediente, serena
Sou adulta, madura que com erros aprende,
mas não deixa de comete-los
Sou rio perene para te banhar
A espada que protege
O enigma para decifrar
Sou rua esburacada, vem preencher minhas lacunas
Sou a teia prateada a te prender
Sou doce, tranquila
O chicote é só fetiche, não tema
Sou abismo profundo, no qual deve mergulhar
Águas rasas, seguras, deve confiar
Sou dominadora
Ciumenta não quero dividir
Você eu quero só para mim
Sou delicada flor, exalando perfumes
Pereço ao ser extraída sem cuidados
Sou como a maré
A lua é quem me governa, sou lunar...


Mahare – 06/05/05

06 setembro 2006

Daemon

Esquivo ... lascivo...
Provoca, atiça , se esconde
Brinca...
Caçando ...encantando
Sedutor, senhor absoluto de seus troféus
Desfaz-se em brumas ao toque das mãos
Voluntarioso abomina rédeas
Dominador quer segredos
Intimidades reveladas
Violando inocência , alimenta seu ego
Saboreando a cada nova safra
Enaltecendo sua imagem


Mahare 04/2005

05 setembro 2006

Cinzas


Sinto meu corpo se desfazendo
A matéria que não quer se reagrupar
Aos poucos vou sumindo
Do alto vejo aquele vaso que já habitei
Um casco oco sem vida...



Sinto a razão me abandonando
Ilusões preenchem locais antes ocupados pela consciência
Aos poucos vou enlouquecendo
De um canto escondido vejo tudo ...
A insanidade é a dona absoluta!



Sinto meu coração pulsando,
Pulsando morosamente, querendo parar.
O sangue, um champanhe borbulhante,
Percorre lentamente, congelando suavemente
cada veia, cada artéria, toda matéria...



Sinto meus ossos queimando,
Ardendo no inferno contaminado
Virando cinzas, que o vento faz voar!
Eu vejo a boca que sopra pensando curar feridas...



Jogaram fora as chaves que trancafiam minha cela.




Mahare - 29/08/05

03 setembro 2006

Sagrado


Profana meu templo
Faz jorrar lagrima carmim
Apunhala meu corpo no altar desfeito
Rasga todos os pudores...hábitos fechados ,já enraizados
Liberto de pecados
Nas trevas do universo , devora minha alma
Abusa da imagem sedutora
Esconde-se nas sombras
Corroendo a sanidade que ainda resta
Desperta a libido, desejos dormentes, dolorosa vontade
Sofro , soluço por querer sua invasão
Vulgar...
Idolatro o sangue que arde no fogo do seu inferno
Sugando sabores serpenteando no espasmo do êxtase supremo
Nos seus lábios , imagino o sarcasmo, onde vibra o erotismo
Suplico em vão...
A estaca já esta em meu coração.
Vem...

Mahare 15/03/2005

21 agosto 2006

Birra?!?

Rancor te corrói a alma
Secando o coração te transforma
em um monstro amargo.
Quem foi ferida fui eu.
Ignorada inúmeras vezes e
Esquecendo as magoas
Com as poucas migalhas deixadas ao acaso.
A vingança não satisfaz.
Fui retalhada sem chances de defesa.
Não alegarei inocência
Em um crime que SEI que não cometi.
Fui julgada.
Condenada à minha revelia.
Banida sem piedade,
Tenho minha consciência triste,mas tranqüila.
Cumpro minha pena, questionando o juiz.
Mahare 21/08/2006

20 agosto 2006

Confuso

Insensata agressividade surpreende o limite dos atos involuntários
Ofende princípios controlando instintos
Temendo a liberdade sofre o castigo imposto
Encontra na adversidade sua resposta à pergunta muda
Contraditório raciocínio , sem escrúpulo...perverso
Confuso...suave...
Colérico pacifismo retrata insana ascensão
Captura habilidades no ego...inimigo sem combate.

Mahare maio de 94

19 agosto 2006

Lestat

Vem... toma-me a ti Torna-me tua Transforma-me em igual Na superfície fleuma

Vem... espero-te Noturno...sombrio Vampiro... demônio

Profunda solidão No retiro calado da minha vontade Vem... leva-me junto Beba meu sangue Suga-me a essência Estraçalha a calma Na mente que flutua...sonha...delira... Embriaga-me com teu ser Inebria-me na tua sombra Envolva-me... Seduza-me... Torna-me imortal É por você que chamo Ontem...hoje...amanhã... Sempre... Clamo... Choro... Imploro... Vem...


Mahare-14/03/05